[Tradução antiga] Quando a fofura é muita, o cérebro pode se tornar agressivo - notícia do Morning Edition, da NPR (EUA)


Imagem: Disney Junior/Disney Channel via Getty Images

A época natalina é só fofura. Há propagandas com crianças adoráveis e filmes sobre animais bebês com olhos grandes. Mas quando as pessoas se deparam com fofura demais, o resultado pode ser o que cientistas chamam de “agressão por fofura”.

As pessoas “têm esse rasgo de pensamento: ‘eu quero esmagá-lo’ ou ‘eu quero espremê-lo até estourar’ ou ‘eu quero socá-lo’”, diz Katherine Stavropoulos, psicóloga de Graduação em Educação da Universidade da Califórnia em Riverside.

Cerca de metade dos adultos tem esses pensamentos às vezes, diz Stavropoulos, que publicou um estudo sobre o fenômeno no começo de dezembro na revista Frontiers in Behavioral Neuroscience. Mas estas pessoas não iriam tentar dar um murro de verdade em Bambi ou Tambor, diz.

“Quando as pessoas se sentem assim, não é por desejo de causar mal”, diz Stavropoulos. Os pensamentos parecem ser uma resposta involuntária a ser dominado por uma emoção positiva.

A agressão por fofura é comumente desconcertante e embaraçosa para as pessoas que a vivenciam. Stavropoulos diz que elas pensam: “isto é estranho; sou provavelmente o único que se sente assim. Não quero machucá-lo. Só quero comê-lo.”

A agressão por fofura foi primeiramente descrita por pesquisadores da Universidade de Yale vários anos atrás. Mas Stavropoulos, ela mesma uma agressora por fofura, queria saber com o quê se parecia no cérebro. Então, ela e uma colega gravaram a ativiade elétrica nos cérebros de 54 jovens à medida em que olhavam para imagens de animais e pessoas.

As imagens incluíam tanto crescidos quanto bebês. Algumas foram manipuladas para parecerem menos chamativas. Outras o foram para ficarem super-adoráveis, o que significa “bochechas grandes, olhos grandes, narizes pequenos - todas essas características que associamos à fofura”, diz Stavropoulos.

O estudo descobriu que, para o grupo de participantes inteiro, criaturas mais fofas foram associadas a uma atividade maior em áreas do cérebro envolvidas com a emoção. Mas quanto mais sentida pela pessoa era a agressão por fofura, mais atividades foram vistas pelos cientistas no sistema de recompensa do cérebro. Isso sugere que pessoas que pensam em amassar cachorrinhos parecem estar sendo movidas por duas forças poderosas no cérebro. Não é só recompensa e não é só emoção”, diz Stavropoulos. “Ambos os sistemas no cérebro estão envolvidos nesta experiência de agressão por fofura.”

A combinação pode ser esmagadora. E os cientistas suspeitam que é por isso que o cérebro começa a produzir pensamentos agressivos. A idéia é de que a aparição destas emoções negativas ajuda as pessoas a terem controle das positivas que vagam enlouquecidas. 

“Pode ser que, de algum modo, estas expressões nos ajudem a tirar isso da cabeça e sair daquele pico com o bebê um pouquinho mais rápido”, diz Oriana Aragón, professora-assistente na Universidade de Clemson, que foi parte do time de Yale que deu à agressão por fofura seu nome.

Pensamentos agressivos em resposta a criaturas adoráveis são apenas um exemplo de “expressões dimorfes de emoção positiva”, diz Aragón. “Tal que pessoas que, tipo, querem beliscar as bochecas dos bebês e rosnar a ele também são pessoas que têm mais probabilidade de chorar no casamento, chorar quando o bebê nasceu ou rir nervosamente”, diz. Aragon diz ser uma destas pessoas: “Para mim, totós são simplesmente maravilhosos e adoráveis e fofos e eu não consigo resistir a eles.”

Fonte: https://www.npr.org/sections/health-shots/2018/12/31/679832549/when-too-cute-is-too-much-the-brain-can-get-aggressive

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Letter no. 1 - About a Green Star and its ethos; Introduction to Esperanto as a language-movement

Carta nº 0 - (Quase) quatro anos depois...

Carta 2 - Sobre uma estrela verde e seu ethos; Introdução ao Esperanto enquanto língua-movimento